top of page

Psicanálise: Catexia

Isso quer dizer que o impulso e sua energia são considerados como fenômenos intrapsíquicos. Aquilo que é catexizado são as diversas lembranças, pensamentos e fantasias do objeto, que compreendem o que chamamos representações mentais ou psíquicas.

Podemos ilustrar nossa definição de catexia, por meio do exemplo, da criança pequena cuja mãe, assim como é esperado, é a principal fonte de gratificação. Com isso, queremos dizer que a mãe é um objeto altamente catexizado.

 

(cometário do Instituto: altamente catexiado - ou seja com muita vontade e desejo. Um sentido mais simples para entender o que é o objeto do desejo como vontade de se ter nossas necessidades físicas e emocionais satisfeitas, portante esse objeto pode ser uma pessoa ou realmente um objeto para onde direcionamos nossos impulsos como vontade de obter aquilo que se quer - assim o sentido sexual de Freud não é somente o desejo do sexo como ato sexual e, o sexual no sentido de dar-nos prazer. Então catexiado é aquelo objeto que não é qualquer objeto - é aquele vai satisfazer nosso desejo de obter uma vida prazerosa no sentido de nos suprir em necessidades físicas (logo ao nascer na amamentação/sobrevivência) e emocionais (como segurança e amor) - a fonte da gratificação.

Classificação das pulsões - A teoria instintual de Freud desenvolveu-se a partir de observações clínicas. O impulso sexual parecia ser central à patogênese da histeria. Freud estava principalmente preocupado com o impulso sexual, durante a década de 1890 e no início do século XX.

Embora originalmente tivesse postulado um instinto autopreservativo nos anos 1890, não o elaborou até uns 20 anos depois. À medida que a teoria psicanalítica evoluía, sua teorização sobre o papel dos instintos tornou-se cada vez mais abstrata e afastada de dados clínicos.

As hipóteses de Freud sobre sua classificação se modificaram e se desenvolveram no transcurso de três décadas. Na sua última formulação, Freud presume a existência de dois impulsos, o sexual e o agressivo. O primeiro impulso dá origem ao componente erótico das atividades mentais, enquanto o outro gera o componente puramente destrutivo.

Tal teoria presume que em todas as manifestações pulsionais que podemos observar, sejam normais ou patológicas, participam ambas as pulsões: sexual e agressiva.

Para empregar a terminologia de Freud, os dois impulsos se encontram regularmente “fundidos”, embora não necessariamente em quantidades iguais.


Assim, mesmo o mais insensível ato de crueldade intencional, que aparentemente parece satisfazer apenas algum aspecto do impulso agressivo, ainda assim possui algum significado sexual inconsciente para seu autor e lhe proporciona certo grau de gratificação sexual inconsciente.

Do mesmo modo, não há ato de amor, por mais terno que seja que não proporcione ao mesmo tempo um meio inconsciente de descarga da pulsão agressiva.

Queremos dizer com isso, que as pulsões não são observáveis como tal no comportamento humano de forma pura ou não mesclada. São abstrações dos dados da experiência. São hipóteses – conceitos operacionais, para usar expressão que está em moda hoje em dia – que acreditamos que nos permitem compreender e explicar nossos dados na forma mais simples e sistemática possível.

De modo que não devemos esperar ou procurar um exemplo clínico o qual a pulsão agressiva apareça isolada da sexual, ou vice-versa.

Distinguimos então, dois impulsos ou pulsões. Um deles é chamado de pulsão sexual ou erótica e o outro de pulsão agressiva ou destrutiva. Assim, temos então duas espécies de energia psíquica.

A energia que está ligada a pulsão sexual, tem o nome de libido e a que está ligada a pulsão agressiva leva o nome de energia agressiva.


Pulsão sexual - libido

Pulsão agressiva - energia agressiva

É importante perceber, que a divisão dos impulsos em sexual e agressivo em nossa teoria atual se baseia na evidência psicológica.


Em sua formulação original Freud procurou relacionar a teoria psicológica das pulsões com conceitos biológicos mais fundamentais, e propôs que as pulsões se denominassem pulsão de vida e pulsão de morte.

Há alguns analistas que aceitam o conceito de um impulso de morte, enquanto outros (talvez a maioria atualmente) não o aceitam.

Os impulsos estão intimamente relacionados com fatos observáveis. Há muitos meios pelos quais se pode fazer isso, mas talvez um meio tão bom quanto qualquer outro consista em examinar um aspecto dos impulsos que mostrou ser particularmente significativo tanto para a teoria como para a prática, qual seja seu desenvolvimento genético.

Comecemos com o impulso sexual, uma vez que estamos mais familiarizados com seu desenvolvimento e vicissitudes que com os de seu ocasional parceiro e, às vezes, rival, o impulso agressivo.

A teoria psicanalítica postula, que estas forças já estão em atividade no bebê, influenciando o comportamento e clamando por gratificação, que mais tarde produz os desejos sexuais do adulto, com todo seu sofrimento e êxtase. É bom dizer que se considera esta proposição amplamente aprovada.

As provas válidas provêm de pelo menos três fontes. A primeira é a observação direta de crianças.

São óbvias as evidências de desejos e comportamentos sexuais em crianças pequenas, quando se quer observá-las, e conversar com elas com disposição objetiva e sem preconceitos.

Infelizmente, é aí que surge o obstáculo, porque precisamente em virtude da necessidade de cada pessoa esquecer e negar os desejos e conflitos sexuais da sua própria infância remota, quase ninguém, antes das descobertas de Freud, foi capaz de reconhecer a presença evidente de desejos sexuais nas crianças que observara.

As outras fontes de evidência sobre esse ponto provêm da análise de crianças e de adultos. No caso da análise de crianças pode-se ver diretamente, e no caso da análise de adultos inferir reconstrutivamente a grande significação dos desejos sexuais infantis, bem como sua natureza.

Vamos tratar de modo sistemático aquilo que se conhece da sequência típica das manifestações do impulso sexual desde a infância. Freud, em 1905, nos Três ensaios sobre a sexualidade descreveu seus pontos essenciais.

 

O leitor deve compreender que as fases a serem descritas não são tão distintas uma da outra quanto nossa apresentação esquemática pode transparecer.

(nota do Instituto: A título didático serão estudados em outros textos os Três ensaios freudianos).

www.portaleducacao.com.br

bottom of page