top of page

A Psicanálise Contemporânea 

 

- Por Denise Maia

Em que pese a escassa bagagem teórica, face início de estudo, sobre os conceitos acadêmicos das obras sobre o assunto. Faço uma breve explanação do caminhar da Psicanálise a qual foi didaticamente dividida em três etapas nomeadas como - Ortodoxa, a Clássica (Zimerman) e por fim a Contemporânea.

Nas leituras sugeridas quanto ao evolução/desenvolvimento das Teorias pós Freud surgiram Lacan, Jung e outros. Sendo certo que o Freud, pioneiro na sedimentação da Teoria, bravamente (devido às críticas e pressões da Classe médica) aliada a prática clínica (indo aqui uma crítica aos teóricos que nada vinculam seus estudos às práticas em qualquer área profissional, ou seja, são excessos de prolixismos, como se diz popularmente – discutindo-se o sexo dos anjos - sem resultados práticos para a vida comum) nunca foi deixado de lado, então na verdade, todas as teorias mantem como ponto de partida as bases freudianas tais como foram formatadas as consciente/inconsciente, id, ego, superego, todos os estudos sobre psicoses e neuroses, traumas, os métodos de livre associação da linguagem, estudo dos simbolismo, os estudos sobre histeria, complexo de édipo, narcisismo e todo seu legado  que são as bases de qualquer nova teoria, inegavelmente.

Os textos de Andre Green Pai da “Psicanálise Contemporânea” em debate no artigo jornalístico, expõe a “... construção de um modelo teórico e clínico pessoal ... como renovação do método ...”

Os movimentos das fases “com Lacan, depois de Lacan e Nem sem Lacan e nem só com Lacan”. Vem produzindo efeitos até hoje, isso se traduz por evolução dos métodos!

Cabe dizer que tudo resulta em grandes contribuições para a evolução dos estudos clínicos e teóricos, sendo exatamente isso o que vale para o ser humano. As conquistas dinâmicas e atualizadas por serem vistas de vários ângulos e todas com os mesmos propósitos: “ ... para que se tornem o motor e a vanguarda da uma produção psicanalística de excelência ... ” 

O período pós-Lacan amplia mais a renovação com duas as vertentes quando busca as respostas para perguntas onde se vê lacunas nas teorias freudianas e lacanianas e se empenha em investigar na procura de respostas; além de uma vertente mais inovadora dando espaço a novos autores com produções pessoais e intercâmbio e trabalhos coletivos. Fase em se quis estabelecer as diferenças entre o pensamento freudiano e o lacaniano.

O jovem Jung, deu novo impulso à psicanalise com a introdução dos arquétipos entrando na área espiritualista, surgindo a corrente da Psicanálise Analítica com a introdução do conceito do inconsciente coletivo.

A terceira fase amplia mais os estudos em nova ótica no psiquismo infantil e a  psicossomática psicanalítica. Também nesta fase os estudos de Green de produção pluralista, investigação clínica de fronteiras e inovação conceitual expõe sobre conceitos de “Terceiridade e Trabalho Negativo”. O artigo é finalizado com ênfase no “caráter inacabado e aberto do modelo contemporâneo” o qual nos presenteia com novos rumos, investigações, estudos, uma disciplina que está sempre a se enriquecer prestando, a cada dia, serviços melhores ao ser humano.

Ainda temos muitas pesquisas a lidar com o mundo contemporâneo. As correntes do universo da Saúde ainda anda a passos cambaleantes como se vê nas novas abordagens no que se trata aos novos gêneros ligados a sexualidade ou personalides, psique, patologias neurais ou hormonais, etc

Dou um exemplo de como algumas questões bem atuais ainda estou longe de serem encapsuladas em estudos tanto na área psíquica quanto na medicina strito sensu. A questão do gênero, definido como “ Transtorno” e classificado no CID 10 F44, foi revisto recentemente em  18/11/18, como mostra o artigo da OMS que retoma o assunto com todo o cuidado e complexidade de que o assunto exige.

No vídeo //youtu.be/GNJASKFZQCO, onde o jornalista expõe quanto ao “Transtorno de Ideologia de Gênero”, excluindo o viés “político-social”, vemos uma posição da Classe Médica, Psiquiatria e Pediatria, definindo uma diretriz médica.

Até o momento, nem psicólogos e psicanalistas, ousaram definir quanto a uma “patologia” psíquica a ser tratada. Uma lacuna a ser preenchida.

CID 10 F44.3 Estados de transe e de possessão – Doenças CID-10   
Transtornos da identidade de gênero: o que o ginecologista precisa saber sobre transexualismo Gender identity disorders: what the gynecologist must know about transsexualism Lucia Alves da Silva Lara1 Carmita Helena Najar Abdo2 Adriana Peterson M Salata Romão1 Trabalho realizado no Serviço de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – USP − Ribeirão Preto (SP), Brasil. 1Ambulatório de Estudos em Sexualidade Humana, Setor de Reprodução Humana, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – USP − Ribeirão Preto (SP), Brasil. 2Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – USP − São Paulo (SP), Brasil.

Site unaids.org.br

“ OMS anuncia retirada dos transtornos de identidade de gênero de lista de saúde mental

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou nesta segunda-feira (18), durante lançamento da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 11), a retirada dos transtornos de identidade de gênero do capítulo de doenças mentais. Com a mudança, o termo passa a ser chamado de incongruência de gênero, e está inserido no capítulo sobre saúde sexual. A nova classificação acontece 28 anos depois da decisão de retirar o termo homossexualidade da lista de doenças, no dia 17 de maio de 1990.

Segundo a OMS, existem evidências de que a incongruência de gênero não se trata de um transtorno mental, mas que ainda “há a necessidade de garantir atendimento às demandas específicas de saúde da população trans”, o que explica o fato de o termo não ter sido retirado totalmente da CID ...

Os Estados Membros das Nações Unidas poderão adotar a nova CID a partir de maio de 2019, quando será apresentada na Assembleia Mundial da Saúde, e a lista passa a valer oficialmente a partir de 1º de janeiro de 2022. A versão disponível atualmente é uma pré-visualização, e permite que os países planejem, traduzam e capacitem os profissionais de saúde para trabalhar de acordo com as novas classificações.”

 

O artigo de Renato Mezan deixa claro como a Psicanálise contemporânea está numa “sinuca de bico” quando se põe tão aberta a todos os estudos da área de saúde e suas correntes teórico-práticas e, portanto tão complexa, indefinida e maravilhosamente mutante-adaptável, quanto o próprio ser humano. Ele nada conclui.

 “Após ter percorrido rapidamente a história da psicanálise e mapeado as principais problemáticas presentes na clínica contemporânea, Green divide seus ensinamentos em duas partes: uma prática e outra teórica.” (Talya Candi).

Como bem colocado no artigo de Isabel Mainetti de Vilutis que trata a questão com um “alargamento de das fronteiras”:

“ ... Será uma combinação de passos menores e caminhadas mais longas o que determina a duração atual das análises? ... A troca dessas experiências e a referência à ética que as norteia é o desafio da contemporaneidade. ... ”

Em conjunto com a evolução da psiquiatria , a evolução dos fármacos nesta área, tem-se conquistado grandes progressos nas curas tanto da psique como nas disfunções hormonais, neurais e fisiológicas, as neuropatologias, abrangendo a mente e cérebro humano com as neurociências.

Novas técnicas como a PNL e Hipnose Ericksoniana também vem contribuir com resultados satisfatórios nas curas psíquicas e podem ser usados como coadjuvantes aos tratamentos psicanalíticos.

Por outro lado, vejo o avanço e uma abertura na aceitação das terapias complementares/holísticas baseadas em desbloqueios energéticos, e que tem uma leitura do Homem Integral como um ser que tem Alma e vivências em outras vidas, aliadas as descobertas das energias vibracionais com o advento da Física/Mecânica Quântica, além de estudos como atuam nas curas das pessoas o poder das orações, terapias vibracionais, os estados e sentimentos de gratidão e posturas mentais positivas de um modo geral, a meditação como coadjuvante na auto-ajuda, auto-cura, auto-consciência, nos casos de ansiedade e depressão e outros estados da Alma.

A TVP – terapia de vidas passadas, regressão e terapias reencarnacionistas trazem uma abordagem e leitura do subconsciente que também atuam em desbloqueios de traumas e dores da Alma/psiquê. E tantos outros estudos nesta linha de curas holísticas e espiritualistas, hoje já aceitas em Universidades após estudos empíricos dos resultados com muitas pesquisas então chegando à conclusão de que o uso de tais terapias complementares realmente são eficazes e portanto, curam.

Ainda assim, o “velhos” conceitos freudianos estão presentes no entendimento de que mesmo em terapias alternativas, os conceitos de trauma, bloqueios, simbolismos, conceitos sobre o inconsciente, ego, id e superego, etc, esclarecem sobremaneira os estados mentais/sentimentais em que se apresentam os personagens, suas sub e múltiplas personalidades e, muito norteiam os terapeutas no tocante a dar mais conscientização aos assistidos, no entendimento dos eventos ocorridos caso a caso nas práticas dos atendimentos.

Desde que não se caia na falta de profissionalismo, em que se preserve a ética em todos os segmentos a se unirem para um trabalho em conjunto sem a vaidade caindo no sectarismo revelados em preciosismos acadêmicos, no fim, o que importa é a busca das curas físico-psiquicas do ser humano com resultados o mais satisfatórios possíveis. Este é o foco.

Em que pese a vida moderna em termos do binômio tempo e dinheiro, as sessões de psicanálise correm sério risco de serem abandonadas face a longo tempo para se obter resultados palpáveis que venham a trazer as mudanças comportamentais buscadas pelos clientes, ou seja a cura em tempo reduzido.

 

No artigo “Tendências da Psicanálise Contemporânea” conclui-se que cada terapeuta se inicia e se empodera, no sentido de ser livre das Teorias e passa a trilhar seu próprio caminho no aprendizado dia a dia, a cada sessão, com ética. O observando que cada paciente não está engessado nas Teorias o que obriga ao profissional a busca de vários caminhos, cada um se adaptando ao de melhor em cada caso. Como diz Green sobre a interação entre os modelos “tarefa que muito complica o pensamento dos psicanalistas ... que preferem soluções mais simples.” E completa Zimerman sobre a formação pluralista que atenda a demanda emergente da clínica. 

Fonte:

 

1 - DESAFIOS PARA A PSICANÁLISE CONTEMPORÂNEA

A construção do dispositivo analítico - Isabel Mainetti de Vilutis

www2.uol.com.br/percurso/main/pcs29/29Isabel.htm                                            

 

2 - Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental

Print version ISSN 1415-4714On-line version ISSN 1984-0381

Rev. latinoam. psicopatol. fundam. vol.12 no.1 São Paulo Mar. 2009

http://dx.doi.org/10.1590/S1415-47142009000100016 - RESENHA DE LIVROS - Talya Candi

bottom of page