
A TÉCNICA DA HIPNOSE
Por Denise Maia
Diferente do que muitos pensam, a técnica pode ser aplicada por terapeutas treinados em cursos especializados sem que tenham formação acadêmica na área de psicologia ou psicanálise. Trata-se de uma ferramenta que pode acelerar tratamentos de psicoterapias além de que por si só, através do uso da imaginação guiada, homoação, heteroação, uso das palavras como signo-sinal, hiperfoco e hiperconcentração, levam à quebra do Fator Crítico, o que fará quebra de padrões e hábitos desconfortáveis aos quais o sujeito quer se livrar.
As terapias com regressão de memória, as ditas regressivas, possuem protocolos técnicos da HIPNOSE CLÁSSICA. O uso do relaxamento da mente para expandir o inconsciente do sujeito através de uma condução por indução. A mente focada guiada pelo terapeuta, vai liberando lembranças armazenadas provindas de traumas e vários fatores emocionais reprimidos, os quais provocam os desconfortos e sintomas revelados por comportamentos e sentimentos que o sujeito expõe na anamnese bem como tantos outros que sequer se dava conta por ignorar tais eventos na sua vida desde a gestação intrauterina. As subpersonalidades podem ser mais facilmente identificadas. Através da ressignificação há a mudança que o cliente deseja.
Outras técnicas usadas por terapeutas que admitem a reencarnação, têm uma pesquisa mais ampla como na Terapia de Vidas Passadas e Reencarnacionistas. Neste sentido também admitem as múltiplas personalidades que o sujeito assume sem aperceber-se. As técnicas se complementam. As linhas espiritualista lançam mão dos Mestres, Anjos da Guarda, Eus Superiores e afins que em conexão trazem mensagens aos sujeitos, bem como ficam como que no comando, deixando a seus critérios a revelação daquilo que pode ou não ser mostrado. Assim é preservada a Lei do Esquecimento, muito defendida pelos espíritas. As técnicas e protocolos são diferentes.
Na Era Quântica ou Holísticas ocorrem limpeza e harmonização dos corpos sutis emocional e mental, pelo desbloqueio energético de desajustes causados por traumas in lato sensu, os quais são diluídos quando se entra em contato com as lembranças traumáticas, ocorrendo o desfazimento dos nós energéticos e resgate da Criança Interior. Nesta linha citamos Joshua Stone, Brien Weiss e Mauro Kwitko.
O objetivo primordial é liberar lembranças de vivências que prejudicam e influenciam a vida presente. Através do relaxamento é possível abrandar o Fator Crítico imposto pelo EGO como guardião que impede o acesso ao ID – o grande inconsciente atuante.
Na verdade, trata-se de auto hipnose, uma vez que é o próprio sujeito que se permite relaxar, guiado pelo terapeuta, afim de liberar os impulsos das lembranças reprimidas e assim ele mesmo alcança a solução para seus conflitos emocionais, fobias, autoflagelos, crenças negativas, baixa auto estima, violências sofridas e até mesmo problemas físicos.
Freud usou a ferramenta durante 10 anos e depois passou a usar a técnica da Associação Livre, que é hipnoidal, pelo uso da palavra dita pelo sujeito. Na verdade, a técnica se sutilizou na medida que o divã provoca o relaxamento indutivo e o sujeito vai falando tudo o que vem à mente. A palavra é a decodificadora dos símbolos, a verdadeira linguagem do ID, que são passados ao cognitivo para serem verbalizados.
O SIGNO-SINAL, como forma de trazer do inconsciente “A COISA” – Das Ding, a qual Freud se referiu como uma coisa que se sente e não se consegue explicar com palavras. As Pulsões traduzidas por desejos – a Libido, são as energias liberadas do ID, vão em busca da satisfação dos seus desejos. E muitas vezes são reprimidos pelo SUPEREGO devido a fatores internos como as crenças negativa e, os externos, como as regras da sociedade, como fatores que causam os recalques.
Importantíssima a compreensão da Teoria Freudiana sobre a Pulsão Morte. Todo ser humano deseja a satisfação do seu prazer. Descobrir quais pulsões o estão levando a comportamentos destrutivos revelam a pulsão do prazer ao revés, fonte de muitos comportamentos ditos anormais mas que são apenas incomuns.
Emilé Coué estrutura o conceito da autohipnose científica que trata as etapas do processo de autossugestão como um comportamento e não como um estado de transe. Trata-se, acima de tudo, de um modelo sociocognitivo.
A técnica do Compouding - através das afirmações positivas, levam à ressignificação de crenças negativas e já por si só é uma hipnoterapia. Nesta mesma linha citamos Milton Erickson.
A técnica Ericksoniana adotou a conversa que através das perguntas abertas e dúbias, deixam a mente vagar por situações em busca de respostas e assim vai se enraizando nas lembranças que vêm surgindo de situações armazenadas no inconsciente. Tal técnica deu origem a PNL, quando também através da palavra do sujeito apresenta o seu MAPA e finalmente o seu TERRITÓRIO.
O trabalho inclui a ressignificação de valores negativos através de imagens, frases e palavras de empoderamento do seu poder pessoal com âncoras positivas.
Dar voz também à Criança Interior é uma das técnicas do tratamento. Assim, fatores traumáticos do passado atual ou de outras vidas remotas, reprimidas no inconsciente ou em registros akashicos, no caso das linhas reencarnacionistas, são elucidados.
Tendências comportamentais, índoles boas ou más, pensamentos repetitivos, sentimentos mal compreendidos, orgulho, medos, raivas, pesadelos, conflitos internos, familiares, doenças, fobias, dores, enxaquecas, etc. são revelados numa regressão de memória, seja com a técnica reencarnacionista, onde aparecem as múltiplas personalidades ou, com a hipnose clássica onde surgem as subpersonalidades.
A Associação Psiquiátrica Americana inclui a hipnose como terapia desde 1961. A neurociência afirma que a hipnose pode aliviar a dor física, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, depressão e transtornos alimentares - bem como outros transtornos mentais.
A HIPNOSE CLÁSSICA, independente de cunho espiritualista, trata de qualquer forma, de todas as manifestações expostas pela mente, não importa se são desse vida ou de outras vidas. Imaginadas, fantasiadas ou reais. O que for revelado pelo inconsciente é considerado como uma experiência sensorial com forte carga emocional, e portanto será tratada.
Algumas pessoas relatam medo da regressão por pensarem que vão ficar inconsciente ou que não acordarão do “sono profundo”. Não se trata disso, a pessoa em estado hipnótico tem plena consciência do que está acontecendo podendo abrir os olhos a qualquer momento. Não há sonambulismo uma vez que ninguém dorme na hipnose.
O estado de hipnose é mais comum no dia-a-dia do que se imagina. Ao assistir tv ou a um filme ou lendo um livro quando sua atenção está totalmente voltada para o foco, a ponto de não ouvir quem fala ao seu lado, é um estado hipnótico do qual a qualquer momento a pessoa pode sair. A meditação é de certa forma uma auto hipnose.
Agora mesmo você está hipnotizado por esse texto!!